Eritroblastose fetal
É doença hemolítica perinatal (DHPN), ou eritroblastose fetal e do recém – nascido, afecção generalizada, que se acompanha de anemia, destruição das hemácias e presença de suas formas jovens ou imaturas (eritroblastose) na circulação periférica, com atividade persistente e anômala de focos extra-medulares de hematopoese. Decorre, originalmente, de incompatibilidade sanguínea materno-fetal; como elemento desencadeante intervém anticorpos da gestante, específicos para antígeno localizado nas hemácias do concepto.
Em 98% dos casos de DHPN a incompatibilidade entre a mãe e feto é atribuída aos sistemas Rh e ABO. Nos restantes 2% estão em jogo grupo variado e incomum de anticorpos denominados irregulares. A incompatibilidade pelo sistema ABO é responsável pela maioria dos casos de DHPN; todavia, de pequena gravidade clínica, passam, pelo geral, despercebidos. À discordância Rh se atribui contingente expressivo de conceptos seriamente afetados. A DHPN determinada por anticorpos irregulares traz consequências variáveis para o produto, dependendo do fator sanguíneo envolvido.
As hemácias humanas expressam, em sua superfície, diferentes antígenos com capacidades de gerar resposta imunológica. Indivíduos que não possuem um determinado antígeno na superfície das hemácias podem produzir anticorpos específicos quando expostos a um antígeno estranho, causando hemólise por causa da reação antígeno-anticorpo. Para cada antígeno eritrocitário, haverá potencial para o desenvolvimento de doença hemolítica se o feto tiver o antígeno e a mãe não possuir, se o anticorpo materno produzido for da classe IgG s se tal anticorpo cruzar a placenta em quantidade suficiente para causar hemólise.
A mortalidade por doença hemolítica perinatal (DHPN) vem diminuindo ao longo dos últimos anos devido à melhora na assistência neonatal aos recém-nascidos afetados. Outro fator importante é o declínio da incidência dessa doença. No Brasil, a DHPN continuar sendo um fator de risco para