ergonomia de software
6.1 Introdução
A forma como se processa a interação homem-computador é um dos gargalos principais à utilização das ferramentas que o homem vem construindo na área da informática. O acesso simples e não mitificado ao manejo de tais ferramentas é condição básica para a disseminação do seu uso, donde pesquisas nesta área, revestem-se de uma grande importância social e econômica. Key (1990:204), enfaticamente, afirmou que o projeto de interfaces com o usuário ainda está muito longe de tornar simples a comunicação com estas máquinas.
O homem lida com ferramentas já a milhares de anos e, é claro, o design de suas interfaces não é um assunto novo, mas até a poucos anos atrás esta não era ainda considerada uma área de pesquisa. Mesmo atualmente, o projeto de interfaces ainda tem muito de arte. Na verdade, um bom projeto de interfaces exige aportes de múltiplas áreas de conhecimento, “não é mais província exclusiva dos analistas, artistas gráficos, pesquisadores em inteligência artificial, ou mesmo dos aficionados em multimídia” (Laurel, 1990:364).
Coutaz (1990) define uma interface como um dispositivo que serve de limite comum a duas entidades comunicantes que se exprimem numa linguagem específica (sinal elétrico, movimento, língua natural). Alem de assegurar a conexão física o dispositivo deve permitir a tradução de uma linguagem (formalismo) para outra(o). No caso da interface homem-computador trata-se de fazer a conexão entre a imagem externa do sistema e o sistema sensório-motor do homem. A fabricação da interface pressupõe portanto o conhecimento preciso de cada uma das entidades a conectar, a complexidade do sujeito homem torna esta uma tarefa difícil.
O computador não é uma ferramenta comum: “em razão do seu potencial funcional, ele pode ser visto, não como uma simples ferramenta e sim como um colaborador” (Coutaz, 1990:2). Uma ferramenta é um instrumento sem poder decisório, ela é concebida para ser manipulada, o colaborador, ao