Ergologia
Ergologia indica simultaneamente a palavra mais neutra e genérica e a menos marcada. Esta generalidade é importante uma vez que se pode falar de uma estrutura gerada pela atividade humana que é dada pelas dramáticas histórias do uso de si, distâncias entre normas antecedentes e renormalizações e ao mesmo tempo trazendo todo tipo de determinação histórica(Schwartz, 2001).
A ergologia compreende o trabalho como uso de si por outros e uso de si por si mesmo. Tal compreensão opõe-se à concepção histórica de trabalho da sociedade capitalista, para a qual ele se resume à mera execução de tarefas e normas, que abstrai o “si”, isto é, omite a presença da manifestação do sujeito que reelabora o trabalho real, a atividade, em todos os momentos (Rosa, 2004).
Quando se diz que trabalhar é fazer uso de si, isto significa que ele é lugar de uma tensão problemática, de um espaço de possíveis sempre a negociar: não existe execução, mas uso, e isto implica um espectro contínuo de modalidades, pois é o indivíduo no seu ser que é convocado. Esta é a justificativa da palavra “uso” que se constitui na forma indiscutível de manifestação de um sujeito (Schwartz, 2000).
Há um uso de si pelo outro, ou seja, as condições históricas que são dadas e que produzem subjetividade. Entretanto, existe também um outro uso, que é o uso de si por si próprio, o uso que cada um faz de si mesmo, a renormalização singular realizada pela atividade humana.
Para o enfoque ergológico, o trabalho é aquele que tende a ser negado-ignorado pelas organizações. Considera a própria vida, o trabalho vivo e busca identificar os “possíveis” existentes nas atividades, que são sempre enigmáticas e não passíveis de determinação a priori. Encontrar a vida presente no processo de trabalho é essencial quando se procura a elaboração de estratégias – em parceria com os protagonistas da atividade, os trabalhadores – que beneficiem a saúde dos grupos envolvidos. Pressupõe-se, dessa maneira, um