Era dos imperios - cultura
A Era dos Impérios (1875-1914)
I
A história das artes desse período ilustra a crise de identidade por que passava a sociedade burguesa. Tanto as artes como seu público perderam referências. A reação das artes foi avançar, inovando, experimentando e se vinculando a utopias. O público, em geral, murmurava que não entendia de arte ou se refugiava em obras “clássicas”, que possuíam o consenso de gerações, embora a validade desse consenso também estivesse sendo questionada.
No fim do século XIX, a cultura erudita enfrentava dificuldade, pois as artes passaram a atrair pessoas comuns (com exceção parcial da literatura) e haviam sido revolucionadas pela tecnologia e pela descoberta do mercado de massas. O cinema e o jazz ainda não haviam triunfado, mas, em 1914, já estavam prontos para tal.
É preciso não exagerar a divergência entre o público e os artistas eruditos ou burgueses. Muitos trabalhos de artistas inovadores foram incluídos ao que se considerava “bom”. O repertório de música erudita considerava compositores do período e, também, os “clássicos”(Debussy1, Strauss2). O repertório operístico estava sendo elaborado (Puccini3, Strauss, Wagner4) e prosperou imensamente.
A literatura encontrou seu lugar, embora não sua popularidade. A reputação de alguns aumentou (como de Marcel Proust5), a de outros, não. Ibsen e Shaw6, Chekhov7 foram incorporados ao teatro clássico.
Uma linha divisória atravessa o período. Trata-se da avant-garde experimental dos anos anteriores ao pré-guerra, que, excetuando alguns “avançados” (posteriormente reconhecidos, como Wagner, Van Gogh8), nunca seria recebida genuína e espontaneamente pelo grande público (como aconteceu, por exemplo, com o cubismo). Pablo Picasso9, contudo, representou exceção; mas ele é admirado mais como um fenômeno do que pela força de influência ou por nossa fruição de seu trabalho.
Esse período registra notável desenvolvimento das artes. O aumento do tamanho e da riqueza da