Equilíbrio na Natureza
Se estudarmos a sociedade como sistema, o meio no qual ela evolui será representado pela "natureza exterior", isto é, primeiramente pelo nosso planeta com todos os seus caracteres naturais. Não é possível imaginar uma sociedade humana fora desse meio que lhe fornece a alimentação. Esta é a sua significação vital. Entretanto, seria ingenuidade considerar a natureza do ponto de vista da finalidade; seria ingenuidade dizer que o homem é o rei da natureza e que tudo na natureza é feito para satisfazer as necessidades humanas. Realmente, a Natureza combate às vezes o homem de maneira tão violenta que pouca coisa resta para o "rei da natureza".
É somente depois de uma luta longa e obstinada contra a natureza que o homem começa a domá-la.
Entretanto, o homem, como espécie animal, e a sociedade humana, são produtos da natureza, uma parte deste todo infinito. O homem jamais poderá sair da natureza, e mesmo quando ele a submete, ele não faz mais do que explorar as leis da natureza para os seus próprios fins. É portanto compreensível que a natureza deva exercer uma grande influência sobre o desenvolvimento da sociedade humana. Antes de começar a estudar as relações que se estabelecem entre o homem e a natureza, assim como as formas nas quais se exprime a influência da natureza sobre a sociedade humana, é preciso primeiro que examinemos os lados pelos quais a natureza toca o homem mais de perto. É bastante olhar em torno de nós para verificar a dependência da sociedade relativamente à natureza:
"A terra (é preciso incluir neste termo também a água do ponto de vista econômico) que fornece ao homem a sua alimentação, os seus meios brutos de subsistência, existe sem nenhum concurso de sua parte, como objeto universal do trabalho humano. Todos os objetos que por meio do trabalho o homem tira de suas relações diretas com a terra, são objetos de trabalho dados pela natureza: Assim, por exemplo, o peixe que é pescado, a arvore