O equilíbrio de poder, em seu significado geral, é uma situação de competição entre diversas potências nacionais, com aproximadamente o mesmo teor de poder. Mas para entender esse equilíbrio, é necessário ter em mente o que significa esse “poder”. Para E. H. Carr (1939) , o poder é um instrumento indispensável de governo e ele pode ser dividido, na esfera internacional, em três categorias: a) poder militar; b) poder econômico e c) poder sobre a opinião. Essas três categorias são interdependentes e estão separados na teoria, porém, na prática, um poder não pode ser isolado do outro, um exemplo disso foi a vitória de 1918, atingida por meio de uma hábil combinação dos três poderes. O maior exemplo de equilíbrio de poder demonstrado por Carr foi o temor mútuo da França e Alemanha no pós-Primeira Guerra que resultou na criação do Tratado de Locarno. Para Morgenthau (2003), o poder pode alcançar tudo o que estabeleça e mantenha o controle do homem sobre o homem. Assim, o poder engloba todos os relacionamentos sociais e o equilíbrio de poder constitui de fato um elemento perene em todas as sociedades pluralistas, ele é capaz de operar sob condições de estabilidade relativa e conflito pacífico. Ele deixa bem claro que existem dois pressupostos na base de todas essas formas de equilíbrio: primeiro, os elementos a serem equilibrados são necessários para a sociedade ou têm direito de existir; e segundo, sem um estado de equilíbrio entre eles, um dos elementos ganhará ascendência sobre os demais, desrespeitará seus interesses e direitos e poderá finalmente destruí-los, ou seja, deve-se manter a estabilidade do sistema, sem destruir a multiplicidade dos elementos que o compõem. Assim, o grande intérprete acadêmico da política externa estadunidense trouxe métodos diferentes de equilíbrio, que se baseiam no dividir para governar (divisão da Alemanha pós-Primeira Guerra), nas compensações (onde há o aumento de uma nação para compensar o poder da outra), nos