Epistemologia
Mas a língua grega contém vários termos que designam, de uma ou outra maneira, o conhecimento. Assim, encontramos “doxa” que significa opinião, portanto, o conhecimento ao nível do senso comum; “sofia”, que traduzimos por sabedoria, corresponde ao conhecimento decorrente de grande experiência de vida;
“gnosis”, cujo sentido remete ao conhecimento em seu significado geral; e o termo
“episteme” que, especialmente a partir de Platão, se refere ao conhecimento metódico e sistemático, portanto, ao conhecimento científico.
Entendida nessa acepção específica, a epistemologia corresponderia ao campo filosófico que indaga, de modo geral, sobre as condições de possibilidade, valor e limites do conhecimento científico e, em termos específicos, sobre as condições que determinada atividade cognitiva deveria preencher para integrar a esfera do conhecimento científico.
A questão epistemológica que precisa ser enfrentada é, pois, a seguinte: pode uma teoria que se estrutura a partir e em função da prática assumir o caráter de uma teoria científica? Em suma: a pedagogia é ou pode ser considerada uma ciência?
É interessante observar que, na tradição ocidental, encontramos, de um lado, inúmeros pensadores e correntes educativas que não se colocavam essa questão, pois não viam qualquer dificuldade em admitir a cientificidade da pedagogia. De outro lado, um número também considerável de estudiosos têm recorrentemente levantado questionamentos que negam a possibilidade de a pedagogia constituir-se como ciência. Cabe, pois, examinar, ainda que de forma breve, essa questão.
A dificuldade de se compreender a educação, tendo em vista a reconhecida complexidade que lhe é inerente. Dado que interferem na educação diversos fatores, compreendê-la implica levar em conta diversas perspectivas, o que acarreta uma dispersão traduzida ou num enciclopedismo vacilante ou na oscilação entre os