Epilepsia
DEFINIÇÃO
Uma crise epiléptica é uma descarga neuronal excessiva, paroxística hipersincronizada, de variável extensão. Entretanto, o termo crise epiléptica não é sinônimo da palavra epilepsia. Qualquer cérebro pode gerar uma crise epiléptica isolada ou mesmo múltiplas crises sob fatores desencadeantes apropriados. É a tendência a ter crises recorrentes, não necessariamente com provocação, que faz o diagnóstico da epilepsia.
EPIDEMIOLOGIA
Condição neurológica mais comum, pico de incidência na infância e em idosos. Maior incidência em homens e em países menos desenvolvidos.
- Causas especificas: a epilepsia permanece indeterminada em mais de 50% dos casos
A causa mais comum, em todo mundo nos países desenvolvidos é AVC, seguida por traumatismo craniano, doenças congênitas, infecção, neoplasia e doenças degenerativas, especialmente de Alzheimer
Comorbidades são comuns em pacientes com epilepsia. As mais frequentes são retardo mental e transtornos psiquiátricos
FISIOPATOLOGIA
A atividade paroxística é causada por uma despolarização da membrana neuronal, de duração relativamente longa, devido ao influxo de cálcio extracelular (Ca2+), que leva à abertura dos canais de sódio (Na+) sensíveis à voltagem, ao posterior influxo de íons de Na+ e à geração de potenciais de ação repetitivos. Este fenómeno é seguido de um pós-potencial hiperpolarizante mediado por receptores do ácido γ-aminobutírico (GABA) ou canais de potássio (K+), conforme o tipo celular. Normalmente a propagação da atividade paroxística é impedida pela hiperpolarização intacta e por uma região de inibição circundante criada por neurónios inibidores. Assim descargas repetitivas geram:
1)Um aumento de K+ extracelular que amortece a extensão da hiperpolarização e despolarização de neurónios vizinhos;
2)Uma acumulação de Ca2+ nas terminações pré-sinápticas com maior libertação de neurotransmissores;
3)A activação induzida pela despolarização de um sub-tipo de receptores dos aminoácidos