epigenética
Eloi S. Garcia é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e membro da Academia Brasileira de Ciência. Artigo enviado para o “JC e-mail”:
Recentes investigações genéticas têm demonstrado que gêmeos idênticos (possuidores do mesmo genoma) apresentam diferenças em seu comportamento e fisiologia.
Por exemplo, eles podem diferir na susceptibilidade a doenças degenerativas e infecciosas.
Por que isto? Quais são as razões? O genótipo ou o genoma de gêmeos idênticos não é o mesmo?
Já o fenótipo – a fisiologia e a função orgânica - é reconhecidamente distinto e diferente.
Somos mais que nossos genes. Os genes não são responsáveis por tudo. Uma nova área, a epigenética, está sendo desenvolvida para explicar estas diferenças.
O termo epigenética existe há mais de cem anos, mas somente C. H. Waddington em 1942 deu uma definição mais precisa a ele.
Epigenética é um campo da biologia que estuda as interações causais entre genes e seus produtos que são responsáveis pela produção do fenótipo.
Pesquisas recentes realizadas sobre genomas e proteomas revelam que esta definição está correta.
Na tentativa de compreender a complexidade da biologia da vida, os cientistas normalmente estudam elementos individuais do genoma.
Seqüências gênicas e proteínas são analisadas para compreender suas interações específicas com outras entidades simples de sistemas mais complexos.
Algumas vezes este enfoque oculta aspectos importantes da biologia, principalmente àqueles de dependem de níveis mais altos de organização genética.
Assim, por exemplo, o genoma não possui somente a informação das seqüências das quatro bases A, C, G e T na cadeia do DNA.
Não resta dúvida de que esta seqüência é importante em termos dos códons, genes e cromossomos. Mas há