Epidemiologia

Referência: ROUQUAYROL, Maria Zélia – Epidemiologia e Saúde, MEDSI, 1995, cap. 2, p. 15 – 29.

Epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição dos fenômenos de saúde-doença, e seus fatores condicionantes, nas populações humanas. É à base da saúde pública, promovendo medidas de profilaxia, a de fim de impedir que os indivíduos saudáveis venham a adquirir alguma enfermidade, visando também o controle de baixa incidência de casos e a irradicação de alguma certa doença, abordando em grupos de pessoas que podem variar de pequenos, ou até populações inteiras, e não em nível individual. Estudar a distribuição da morbidade, mortalidade ou agravos à saúde, a fim de promover metodologias do perfil de saúde-doença nas coletividades. Por algum tempo prevaleceu à ideia de que a epidemiologia restringia-se ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é reconhecido que se trata de qualquer evento relacionado à saúde - ou doença - da população. Suas aplicações variam desde a descrição das condições de saúde da população, da investigação dos fatores determinantes de doenças (como planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento), identificar fatores etiológicos, avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde até a avaliação da utilização dos serviços de saúde, incluindo custos de assistência. Dessa forma, a epidemiologia contribui para o melhor entendimento da saúde da população - partindo do conhecimento dos fatores que a determinam e provendo, consequentemente, subsídios para a prevenção de enfermidades. Para realizar essa missão, deve-se entender a “história natural da doença” como um esquema com uma sequência de fatores que promovem a evolução da doença. Dentro disso entende-se o período pré-patogênese, a fase inicial onde ainda não há doença, mas, sim, condições ambientais e/ou sociais, que envolvem fatores físicos, químicos, biológicos, genéticos, econômicos, políticos, culturais, psíquicos ou multifatoriais,