Epidemiologia Caso controle
Os estudos tipo caso-controle partem de um grupo de indivíduos acometidos pela doença em estudo, os casos, comparando-os com outro grupo de indivíduos que devem ser em tudo semelhantes aos casos, diferindo somente por não apresentarem a referida doença, os controles.
Identificados os casos e selecionados os controles, o investigador estuda retrospectivamente a história pregressa dos casos e controles com o objetivo de identificar a presença ou ausência de exposição a determinado fator que pode ser importante para o desenvolvimento da doença em estudo (ver a figura 37).
Os estudos tipo caso-controle caracterizam-se, à semelhança dos estudos de coorte, por serem observacionais, ou seja, não há intervenção por parte do investigador. Os estudos tipo caso-controle são particularmente indicados em:
Situações como as encontradas em surtos epidêmicos ou diante de agravos desconhecidos, em que é indispensável a identificação urgente da etiologia da doença com o objetivo de uma imediata ação de controle.
Esse delineamento permite, de forma rápida e pouco dispendiosa, a investigação de fatores de risco associados a doenças raras e de longo período de latência.
Os estudos tipo caso-controle apresentam, porém, dificuldades, entre as quais algumas merecem ser aqui assinaladas:
Dado que a análise restrospectiva dos dados obtidos depende muito da memória dos casos e dos controles, isso pode gerar vieses de memória. Por exemplo, uma mãe de uma criança acometida de malformação congênita será capaz de fazer uma descrição com maior riqueza de detalhes e maior precisão das intercorrências ocorridas durante a gravidez, se comparada com a exposição desses mesmos eventos realizada por uma mãe de uma criança normal.
Outro problema é o viés de seleção de casos e controles, que pode ser atenuado se os casos forem selecionados em uma única área com a observação de critérios bem padronizados para sua inclusão no grupo.
Nos estudos tipo caso-controle a