Epidemio
1. Apresentação: A tungíase ficou conhecida dos espanhóis pouco tempo após Cristovão Colombo Ter aportado em Guanaani, nas Bahamas, em 12 de outubro de 1492, infectando, principalmente, a tripulação da nau Santa Maria. Hans Steden (1557) fez a primeira referência à ocorrência de Tunga penetrans no Brasil, cujas observações constataram infecções deste insetos em silvícolas habitantes das regiões de Santos e São Vicente em São Paulo. Este parasita ocorre nas regiões tropicais e sub-tropicais das américas entre 30o de latitude norte e 300 de latitude sul. Ocorre ao longo do Golfo Mexicano, sul dos Estados Unidos, América Central, América do Sul até o Paraguai, África e Índias Ocidentais. De 1982 a 1989, no Rio Grande do Sul, (Matias, 1989) foram relacionadas 19.814 pessoas infectadas em 96 núcleos residenciais de 14 municípios, sugerindo uma população de risco imediato da órdem de 51.619 pessoas, considerando apenas, a população residente nos locais estudados, dando uma aprevalência de 36,39%. Tradicionalmente inserida na cultura popular, sempre foi encarada mais como uma curiosidade do que uma constataçao científica de interesse médico sanitário. Zoonose de características rurais, encontra-se gravada no folclore brasileiro; em música; grifes de roupas infantis; grife de prancha de surf; nomes de bailes à fantasia; nomes de bares; propaganda política; histórias de quadrinhos; etc. Tal fato é relevante e dificulta o entendimento desta zoonose como tal, uma vez que outras patologias nunca estiveram tão arraigadas em nossa cultuta como a tungíase. É a imagem do homem rural sentado na escada em frente à sua casa coçando o dedo do pé. Entretanto a realidade que se tem encontrado é bem diferente desta. São pessoas mutiladas, com ausência de dedos dos pés; dificuldade de se locomover; alterações articulares;