Envelhecimento um processo multifatorial
TRANSTORNOS MENTAIS
Fatores neuropsiquiátricos como depressão e demência estão entre os transtornos médicos que mais comprometem a qualidade de vida dos idosos (Forlenza & Almeida, 1997).
Entre as queixas cognitivas mais freqüentes em idosos destacam-se os défices de memória, mas estas também podem ser influenciadas por fatores culturais. Em um estudo comparativo entre diferentes regiões brasileiras verificou-se que as queixas mais freqüentes entre idosos da classe média em São Paulo foram: nomes, locais no quais foram deixados objetos, número de telefone que acabou de olhar, palavras (Brucki, Bertolucci, & Okamoto,1994). Por outro lado, idosos ribeirinhos de Manaus esqueciam predominantemente onde colocavam objetos e as estórias contadas e recados; e precisavam esforçar-se para lembrar determinada situação ou necessidade imediata (Brucki, Moura & Nitrini, 2002).
De fato, o declínio da memória no decorrer do processo de envelhecimento tem sido amplamente estudado nestes últimos tempos (Abrisqueta-Goméz, Bueno, Oliveira & Bertolucci 1999; Balota, Dolan & Duchek, 2000; Busse & Blazer, 1989; Katzman, 1997; Schneider, 1985; Stuart-Hamilton, 2002).
Problemas cognitivos, observados em 11% da amostra, foram mais freqüentes em idosos que nunca freqüentaram escola (em 17%) do que em idosos com mais de sete anos de estudos, dos quais apenas 1% relatou dificuldades (Lebrão & Oliveira, 2003). De acordo com Satz (1993), a escolaridade contribui para o desenvolvimento da Reserva Funcional – ou Reserva Cognitiva – conceito hipotético correspondente à capacidade de atenuar, nas habilidades cognitivas, os efeitos do declínio neural associados ao envelhecimento.
Nessa problemática, o idoso institucionalizado constitui, quase sempre, um grupo privado de seus projetos, pois encontra-se afastado da família, da casa, dos amigos, das relações nas quais sua história de vida foi construída. Pode-se associar a essa exclusão social as marcas e