Enunciação
Enunciação é o produto da atividade do sujeito falante, quer dizer, um seguimento do discurso, onde designa a atividade psico-fisiológica implicada pela produção do enunciado, acrescentando-lhe eventualmente, o jogo de influências sociais que a condiciona. Para Ducrot, a enunciação é o acontecimento constituído pelo aparecimento de um enunciado. A realização de um enunciado é de fato um acontecimento histórico: é dada existência a alguma coisa que não existia antes de se falar e que não existirá mais depois.
É esta aparição momentânea que chama enunciação. Apesar disso, Ducrot não decide se há um autor do enunciado e quem ele é. O sujeito falante que comunica por seu enunciado que sua enunciação é tal ou tal poderia representar a enunciação que a caracteriza: o enunciado é, ele próprio, uma parte da enunciação. O enunciado é, então, uma manifestação particular, pode acontecer de um mesmo enunciado fazer sentido em determinado contexto e em outro não, pois o enunciado é um fragmento de discurso e deve ser distinguido da frase, pois a frase é uma construção do linguista, e que permite dar conta dos enunciados. Já à frase só tem valor gramatical enquanto o enunciado faz sentido dentro de um contexto.
Então, para Ducrot a frase tem significação, enquanto o enunciado tem sentido. A significação para Ducrot é uma parte do sentido. Ela é a representação de um conjunto de instruções dada as pessoas que tem que interpretar os enunciados da frase, instruções que especificam que manobras realizar para associar um sentido a esses enunciados.
TEORIA POLIFÔNICA DA ENUNCIAÇÃO
O conceito de polifonia é definido por DUCROT, Oswald (1987) como sendo a pluralidade de vozes em enunciados numa visão enunciativa do sentido. Esse conceito é visto como a incorporação de asserções atribuídas a outros, que o locutor faz ao seu discurso. Essas asserções podem ser de outros enunciadores, dos interlocutores, de terceiros ou da opinião pública em geral. Segundo