entulhos
Gestão, Gestão de Obras24 de agosto de 2011
Modelo faz parte de um projeto testado na região metropolitana de Porto Alegre e pode integrar segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida
Por: Altair Santos
Uma cidade do tamanho de Porto Alegre produz por hora 242 toneladas de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), segundo dados da escola de engenharia civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nem sempre o destino para este material é o correto, apesar de, desde 2002, haver resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) sobre o assunto. O fato é que boa parte do RCD acaba se misturando aos lixões das cidades, quando poderia ser reciclado e transformado em matéria prima para habitações de baixa renda.
Josely Rosa: diretor-presidente do grupo Baram
É isso que um projeto iniciado na cidade de Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, tenta disseminar. A tecnologia consiste em utilizar entulhos de demolição de obras para a construção de um imóvel com 52 m², com dois dormitórios, cozinha, sala e banheiro. A casa custa cerca de R$ 45 mil e só se tornou viável graças ao desenvolvimento de um kit de máquinas, que permite reciclar o entulho e, a partir dos resíduos, fabricar tijolos. Com 32,8 toneladas de RCD é possível produzir 8.640 blocos – o suficiente para erguer a residência popular.
O tijolo feito exclusivamente com agregados reciclados, nome que se dá, nome que se dá aos restos de obras depois que estes passam pela máquina de reciclagem de entulhos e sobras de concreto, é três vezes mais resistente do que o tijolo tradicional, de cerâmica, apresentando 7,5 MPa – unidade usada para medir o grau de resistência. Além disso, a quantidade de blocos necessários para a construção de uma casa permite que se evite despejar na atmosfera 3.996 kg de CO2, conforme dados do Ministério de Minas e Energia. Isso significa também uma economia equivalente a 21 árvores.