Entrevista
QUESTÕES PARA PAOLO NOSELLA
Lívia Diana Rocha Magalhães Pelo Comitê Editorial do Museu Pedagógico da Uesb
O professor Paolo Nosella é um intelectual bastante conhecido no Brasil, particularmente por suas publicações sobre a Educação Brasileira, na área de Trabalho e Educação, História da Educação, entre outras, e por sua inestimável contribuição na difusão da literatura de Antônio Gramsci para a área educacional. Na entrevista que se segue, ele nos proporciona uma reanálise de temas que fizeram parte da formação e preocupação dos educadores brasileiros no último quartel do século XX, possibilitando uma espécie de “inventário crítico” sobre o sentido que certas categorias de análise assumem na problematização da prática e de concepções educacionais. Na contramão de esquemas de pensamentos e análises que sintetizam o presente da educação brasileira, em questões de conceitos técnicos destituídos de história e de contradições sociais, como competência, escola, qualidade e educação, o autor nos possibilita o reencontro com discussões sobre “competência técnica x competência política”, “Escola desinteressada x Escola politécnica”, à luz das leituras de Gramsci, historicizando-as e superando-as por meio de uma incursão que propicia a certeza de que precisamos continuar discutindo e estudando a educação brasileira.
Práxis Educacional
Vitória da Conquista n. 2 p. 15-19 2006
16
Lívia Diana Rocha Magalhães
Práxis Educacional (PE): Em seu artigo “Compromisso político e competência técnica: 20 anos depois” e na sua palestra realizada no V Colóquio do Museu Pedagógico da Uesb, o senhor rediscute o tema compromisso político e competência técnica. Qual a importância do retorno a um tema tão debatido na década de 1980? Paolo Nosella: De forma geral, os intelectuais brasileiros estiveram sempre envolvidos, direta ou indiretamente, em política. Essa característica não é defeito, aliás, considero-a um valor. A intelligentzia brasileira nunca se confinou