entrevista j. butler

5949 palavras 24 páginas
Ponto de Vista

Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith Butler
Baukje Prins
Universidade de Amsterdã

Irene Costera Meijer
Universidade de Maastricht

Em maio de 1996 Judith Butler fez uma rápida viagem pela Europa.1 Começou com uma visita relâmpago à
Holanda, onde seu trabalho vem sendo acompanhado com grande interesse. Butler foi recebida pelo Departamento de
Estudos da Mulher, do Instituto de Artes da Universidade de
Utrecht. Para nós, sua presença em carne e osso pareceu uma boa oportunidade para colocar diante dela nossas perguntas sobre noções tão complexas como as de performatividade de gênero, construção do sexo e abjeção dos corpos, questões que ela coloca em Gender Trouble
(1990) e Bodies That Matter (1993). Os textos de Butler são leituras fascinantes mas nos deixam muitas vezes perplexas.
Assim, apenas algumas horas após sua chegada, Butler foi abordada por duas ansiosas entrevistadoras holandesas.
Era o início de uma valiosa e inspiradora troca de idéias. No dia seguinte, um seminário intensivo de pesquisa proporcionou a estudiosas holandesas da área de estudos da mulher uma oportunidade de colocar suas perguntas mais urgentes. À noite, tivemos uma instigante palestra sobre os limites das restrições legais sobre o discurso do ódio, seguida de uma calorosa discussão sobre os prós e os contras e as diferenças entre as regras políticas e constitucionais nos Estados Unidos e nos Países Baixos. Para nós, esses encontros concluíram, provisionalmente, uma longa e proveitosa imersão no pensamento de Butler.
1
Publicado originalmente como “How Bodies Come to Matter: An interview with Judith Butler”, em Signs: Journal of Women in Culture and
Society, v. 23, n. 2, p. 275-286, 1998. © 1998 by The University of Chicago
Press. Traduzido para o português com permissão da University of
Chicago Press.

ESTUDOS FEMINISTAS

155

1/2002

BAUKJE PRINS E IRENE COSTERA MEIJER

A entrevista que segue é o

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