Entrevista Zygmunt Bauman - Modernidade Líquida
Nascido em 1925 na Polônia, Zygmunt Bauman produz obras que refletem a contemporaneidade. Ele propõe o conceito de “modernidade líquida”, definindo então de maneira correta a atualidade, deixando de lado o termo considerado antiquiado: “pós-modernidade”. Em sua tese, Bauman define como modernidade líquida aquele momento em que a sociabilidade humana, através de experimentações, desfruta de uma transformação que pode ser sintetizada em processos tais como a metamorfose do cidadão, sujeito de direitos, em indivíduo em busca de afirmação no espaço social, etc. Em sua obra “Tempos líquidos”, Bauman afirma que o poder está fora da esfera da política e há uma decadência da atividade do planejamento a longo prazo, dificultanto, então, a proposta de criação e/ou manutenção da proposta de uma utopia. O autor defende que para o nascimento de uma utopia, é preciso que haja a sensação real de que o mundo não está totalmente em sua perfeita funcionalidade, ou seja, que esteja precisando fazer alguns reajustes para que tudo possa engrenar em um conceito único e idealizado de utopia. A segunda condição essencial para a criação do conceito de utopia é a plena confiança no potencial do ser humano no que se diz respeito à questão de que é possível sim fazer e manter, através de um planejamento e esforço contínuo para que tudo dê relativamente certo. É necessário ter a visão de que há falhas no mundo e que é cabível mudanças. Em suma, é necessário potencializar a força do mundo para o atendimento das necessidades humanas existentes ou que possam vir a existir um dia. Bauman defende que o ser humano tem sim um potencial para que as coisas mudem de rumo e possam caminhar em direção à idealização, porém, devido aos vícios e maus hábitos do ser humano, essa idealização utópica ainda não pode ser alcançada. É uma questão de acreditar na força do ser humano, deixando de lado valores e questões socioeconômicas. Em sua obra, Bauman trabalha com as metáforas do