Entrevista skinner
O grande papa da ciência do comportamento identifica em problemas como a ameaça nuclear ou a superpopulação perigos inéditos para o mundo
Por Selma Santa Cruz
Com suas teorias pioneiras sobre o comportamento humano e as possibilidades de seu controle, nos anos 50 e 60, ele não ficou apenas célebre: chegou a ser comparado a Freud. Professor da Universidade de Harvard e expoente máximo da psicologia americana, B.F. Skinner (B. de Burrhus e F. de Frederic) é o grande papa da chamada “ciência do comportamento”, o behaviorismo. Em síntese, suas idéias sugerem que tudo pode ser perfeitamente previsível e, portanto, perfeitamente controlável no comportamento humano. Não é o indivíduo que controla o meio ambiente, e sim o contrário – este é o ponto de partida de sua teoria. Sendo assim, o homem reagiria a estímulos – da mesma forma que um rato, num laboratório, apresenta reações de medo ou satisfação, violência ou docilidade, desde que adequadamente estimulado. As idéias de Skinner propunham uma revolução nas ciências humanas – e jamais, desde que foram enunciadas, deixaram de provocar polêmicas. Alguns saudaram, na sua sugestão de que o indivíduo poderia ser induzido a agir de forma positiva ou negativa, uma vez convenientemente levado a uma ou outra direção, a possibilidade de surgimento de um homem novo. Outros, porém, logo suspeitaram nas técnicas de controle por ele formuladas um ranço totalitário capaz de produzir regimes tirânicos. Nos últimos meses, e agora já quase lendário aos 79 anos, B.F. Skinner voltou a freqüentar as paginas dos jornais com uma mensagem alarmista: a espécie humana, repete ele, caminha para a extinção. Ao mesmo tempo, ele cativa audiências ao aplicar sua controvertida técnica de controle do comportamento contra um inimigo universalmente detestado: a velhice, tema de seu ultimo livro, prestes a ser publicado, Vivendo bem a velhice. Skinner, na verdade, apresenta-se como a melhor propaganda do método que