ENTREVISTA DE EMPREGO
Passar por uma seleção profissional já é uma situação pouco confortável para a maior parte das pessoas Questões de foro íntimo do candidato não podem ser violadasFoto: reprodução / Inmagine Royalty Free
A entrevista era para concorrer a uma vaga de emprego no setor administrativo-financeiro de uma empresa de Florianópolis. Mas, ao ser entrevistada pelo selecionador, há alguns dias, uma contadora de 37 anos chegou a desconfiar que a vaga fosse outra:
— Queriam saber, por exemplo, se eu gostava de assistir a filmes pornôs. Aí perguntaram se eu, que sou casada, gostaria de ter casos extraconjugais. Sério, não entendi onde queriam chegar com aquelas perguntas. Não sei se queriam uma contadora ou uma garota de programa — desabafou a candidata a uma vaga de emprego.
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Passar por uma seleção profissional já é uma situação pouco confortável para a maior parte das pessoas. E é necessário expor a personalidade para que os avaliadores possam analisar se o perfil do candidato tem a ver com as vagas que a empresa oferece. Mas o que fazer quando o recrutador começa a passar dos limites, com perguntas invasivas ou ofensivas?
O certo é que nem tudo é permitido na entrevista de emprego (veja o quadro). O advogado trabalhista, Nabih Henrique Chraim, ressalta que é importante se ter em mente que a seleção deve averiguar a qualificação, o potencial, a técnica e a motivação do candidato ao emprego. Já questões de foro íntimo do candidato não podem ser violadas no momento da entrevista.
O presidente da Comissão do Direito do Trabalho da OAB e advogado trabalhista Felipe Caliendo, esclarece que mesmo antes da contratação, a Justiça pode considerar que houve assédio moral ou até sexual contra o candidato a uma vaga.
— A constituição brasileira veda a discriminação de qualquer espécie, seja por idade, sexo, religião ou