ENTREVISTA DA NOVA ESCOLA COM ANTONI ZABALA
Educação Infantil inspira avaliação formativa
Para o educador espanhol, as técnicas para ensinar crianças pequenas deveriam ser conhecidas de todos os professores.
Monitorar os alunos que trabalham em grupos, observar suas reações e evoluções durante a aprendizagem e fazer relatórios do desenvolvimento dos mesmos são alguns dos caminhos para se fazer uma avaliação formativa. Essa é a opinião de Antoni Zabala, educador espanhol que esteve no Brasil em setembro de 2014 e deu a seguinte entrevista para NOVA ESCOLA.
Nova Escola (NE):
Qual a principal dificuldade que o professor enfrenta no processo de avaliação?
Zabala:
A maior barreira é interna. Ele precisa se desfazer de toda sua história como aluno e como professor. As propostas mundiais sobre o que deve ser o ensino implicam em uma mudança total e que afetam aquilo que é nuclear: a avaliação. Eu diria: diga-me como avalias que eu te direi que professor você é. É na maneira de avaliar que aparece tudo o que é importante para o professor. Quando avaliamos somente os conceitos (matemáticos, químicos ou a gramática) não estamos mudando nada, só estamos dando a entender que queremos formar futuros universitários.
Na verdade, os professores deveriam tentar introduzir também seu pensamento de educador. Isso implica em falar de valores, de estratégias de aprendizagem, de colocar técnicas de trabalho em equipe e itens que avaliem o que se considera o perfil ideal da pessoa que se quer aprovar.
NE:
Aconteceram várias mudanças nos conceitos do que seja a educação ideal, nos últimos 40 anos. O professor consegue captar rapidamente esses novos parâmetros?
Zabala:
A sociedade é bastante farisaica1 em relação à educação. Todos dão importância à ela, dizem que é aí que está o futuro do país, que é fundamental, básica etc., mas um caminho se constrói andando, com ações. Em quase todos os países a educação tem sido meras palavras. O que realmente importa é a valorização