Entrevista com antonio novoa
HENRIQUE MANUEL S. PEREIRA E MARIA CRISTINA VIEIRA
RESUMO: Esta entrevista, baseada no Dicionário de Educadores Portugueses (2003). O autor comenta e analisa criticamente as concepções do ensino de Portugal, os problemas e as dificuldades desse ensino, preocupando-se com a construção de uma pedagogia nova, um pensamento novo, tendo como base a interatividade e a abrangência, que seja centrada na aprendizagem, na perspectiva criativa, crítica e autônoma, no poder transformador da ação humana, em conjunto com a família e a sociedade, em contraposição com o paradigma tradicional pedagógico. Contempla, nesse contexto, a crise da escola na sociedade atual. Diante desta “sociedade de informações’, do “transbordamento” em que se encontram os currículos escolares, da necessidade de saber o que realmente se quer da escola e medidas para se “enxugar” os currículos. Ressalta-se ainda a necessidade de uma formação adequada de docentes, em consonância com suas realidades por meio da pedagogia crítica, como também a necessidade de um acompanhamento deste professor na fase de transição entre a formação inicial e a vida profissional, ladeada por uma política de valorização e reconhecimento dos méritos profissionais, a fim de manter esses professores em seus locais de trabalho, mesmo depois de adquirirem novos saberes. Relatam-se os investimentos na educação de Portugal, sua relação com os resultados, poucos satisfatórios, a crescente abertura do ensino superior a um público “sênior”, com medidas a serem tomadas no intuito de garantir o acesso, o ingresso e a permanência desse público na faculdade. Ressalva-se sugerindo algumas medidas na educação, como políticas locais, currículos diversificados, reorganização do trabalho escolar, diferenciação pedagógica, investimentos sustentados e coerentes com a realidade de cada escola, bem como o fortalecimento da autonomia escolar, medidas necessárias para a efetivação de uma pedagogia