Entretenimento fácil
Ela consumiu três anos de pesquisa e 2 bilhões de dólares. E teve uma vida curta: um mês e três dias, considerando o período entre o dia em que ficou pronta e o momento em que foi detonada. Criada em 1945 como parte do Projeto Manhattan, o programa militar secreto americano, a bomba atômica tinha dois propósitos: dar fim à 2ª Guerra e ser o primeiro passo dos Estados Unidos na corrida armamentista contra a União Soviética. Era a Little Boy, "garotinho", em inglês. Para testar os efeitos devastadores da engenhoca, o presidente Harry Truman escolheu a única força do Eixo que ainda se mantinha de pé, mesmo que já meio cambaleante: o Japão. Dentre os grandes centros industriais japoneses, só Hiroshima, quartel-general do Segundo Exército, permanecia intocada. Sua imunidade tinha como consequência a constante ameaça de ser atacada. Em 6 de agosto de 1945, a cidade até então preservada sentiu o poder de uma das mais destruidoras criações do homem. Resultado: mais de 100 mil civis mortos.
Recheio indigesto O urânio representava menos de 1% do peso da bomba de Hiroshima Reação em cadeia
A bomba tinha dois gatilhos: um de tempo e outro acionado conforme a pressão do ar. Eles dispararam um projétil de urânio que, como uma bala de revólver, atingiu um alvo, também de urânio, para começar a fissão nuclear. Na reação em cadeia, a matéria se desintegrou e liberou energia equivalente a 20 mil toneladas de TNT
Quem sabe faz ao vivo
Para evitar acidentes, a Little Boy foi armada durante o voo. Cerca de 15 minutos após a decolagem, o capitão Parsons armou cargas explosivas de pólvora, do tamanho de um pão de fôrma, na parte de trás da bomba. O assistente Dick Jepson substituiu três pinos verdes por vermelhos, permitindo o acionamento do detonador
Bomba a bordo
A bordo do USS Indianapolis, a Little Boy cruzou o Pacífico em dez dias, até a ilha de Tinian, no arquipélago de Marianas, a 2 740 quilômetros de