ENTRE A FIDELIDADE E A LIBERDADE
Ao contrário do espaço senão único, quase que exclusivo da sala de aula reservado para a atividade da escrita na escola, a qual sempre tem um leitor marcado (o professor), o ciberespaço constituise num espaço onde a escrita é elemento estruturante, onde todas as pessoas que têm acesso à rede podem escrever de forma fluida, sem se preocuparem com a formalidade exigida pela escola. Na internet, o sujeito é constantemente convidado a interagir com outros sujeitos, muitas vezes desconhecidos, mas com os quais, no ambiente virtual, pode construir relações de intimidade.
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E essa interação se dá pela escrita, pelo hipertexto . Logo, a escrita com espaço único, leitor
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Uma versão modificada deste artigo foi apresentada no V SENALE, realizado em outubro de 2007, na UCpel.
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Hipertexto aqui tomado, segundo as considerações de Pierre Lévy (1996), como um texto estruturado em rede.
“O hipertexto seria constituído de nós (os elementos de informação, parágrafos, páginas, imagens, seqüências musicais etc) e de ligação entre esses nós (referências, notas, indicadores, “botões” que efetuam a passagem de um nó a outro)” (Lévy, 1996, p. 44).
Hipertextus (www.hipertextus.net), n.2, Jan.2009
marcado, com objetivo predeterminado, cede lugar à escrita em um espaço público, mundialmente conhecido, com leitores que são desconhecidos e se (con)fundem com autores nesse espaço de interação. Uma escrita com objetivos muito diversos, que vão desde bater papo com um amigo, ou mesmo com um (des)conhecido, até divulgar textos acadêmicos.
Partindo dessas considerações, podemos dizer que estamos diante de um processo de (re)invenção da escrita 3 , no qual novos códigos, novas palavras e novas regras são criadas, consideradas válidas, as quais (re)significam e produzem sentidos. No entanto,