Entre uma Estrela e uma Cruz ( baseado no poema de Mário Quintana)
INSCRIÇÃO PARA UM PORTÃO DE CEMITÉRIO
Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"
Mário Quintana
Entre uma Estrela e uma Cruz ( baseado no poema de Mário Quintana) Em uma gestação super tranquila, nada poderia atrapalhar na concepção natural de uma vida.Camila estava grávida de 9 meses e sua bolsa esta prestes a estourar. Sua mãe sempre dizia que, um bebê, na vida de uma família, era como uma estrela guia que ilumina a todos que por ela passa. Recentemente, o avô de Camilia faleceu e, embora, tristes com o acontecimento, estavam otimistas com relação às expectativas do mais novo membro da família que estava por chegar. Ao contrário daquele que adquire a vida, a morte, para os que ainda desfruta dessa, simboliza o ponto final, uma cruz que interrompe todo um caminho que estava sendo percorrido. O relógio bateu doze badaladas. A bolsa estourou e o parto começou. No entanto, o obstetra presente nada pode fazer quando a criança, ainda na barriga, teve o seu pescoço envolvido pela corda da vida. A mesma corda que o supriu vitalmente durante 9 meses foi a resposável por causar lhe a mote da face menos esperada para isso. A face vívida, carnosa de um recém nascido.A criança morre ante da primeira badalada. Se era dia, em pleno sol apino, ou era noite, já não mais importava. Todo mundo culpou a dona da morte por matar um inocente, por tranformar uma estrela em uma cruz, sepultada no cemitério. Mas para Morte e para Florisbela, a mais nova membro da família que foi em busca de uma paz espiritual, essa estrada não tem fim. As pessoas que por ela passam, são, na verdade, passageiros para um novo começo.