Entre Quatro Paredes
Jean Paul Sartre
A filosofia existencialista, defendida por Sartre, responsabiliza o indivíduo na escolha do caminho que mais o agrada e nos mostra a importância dos sentimentos na vida das pessoas. Sartre afirmava que a morte é uma possibilidade, ela acontece sem que possamos evitar e por muitas vezes nos impede de realizarmos nossos projetos. Na peça Entre Quatro Paredes, Sartre consegue prender a atenção do leitor, estimulando a sua imaginação e reflexão.
A história coloca três personagens em um inferno onde são obrigados a conviverem. Na peça há quatro personagens Garcin, Inês, Estelle e O Criado. Os personagens ficam confinados em uma sala, todos mortos, sem necessidades de dormir ou de se alimentarem, sem espelhos acabam olhando um nos olhos dos outros, independente da intensidade, todos os protagonistas se olhavam e esta visão não passava do inferno de cada um.
No primeiro momento o suposto inferno é apresentado à Garcin pelo Criado um lugar estranho que não possui nada frágil, sem elementos que possam refletir a própria imagem (espelhos), e por esse motivo algumas vezes, acabam usando os olhos dos habitantes do confuso ambiente.
Garcin era um péssimo marido, insensível aos sentimentos da sua esposa e dos outros, um homem que tinha conhecimento sobre as letras, pois era jornalista, pretendia ser um herói. Sua maior agonia era a possibilidade de Inês e Estelle, no inferno, descobrirem a sua fraqueza ou covardia que não podia ser mudada naquela situação em que se encontravam, e assim tentava de todas as maneiras esconder o seu crime, usava os olhos de Inês, para se desculpar. Inês trabalhava nos correios, era homossexual, com atitudes contrárias, tinha muito ódio e a crueldade tomava conta de todo seu ser, no decorrer da peça é a única entre os personagens que acaba confessando se sentir realmente culpada, acaba reconhecendo que está no inferno e mostra o seu verdadeiro caráter, admitindo a todos a situação em que se encontram.