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ENTIMEMAEntimema: conceito e exemplos
Um entimema é um argumento que contém pelo menos uma premissa não formulada, habitualmente designada por premissa implícita. Pode-se também dizer que se trata de uma premissa subentendida ou oculta. Por exemplo: no argumento “o Heitor é advogado, logo o Heitor tem formação universitária” a premissa implícita é “os advogados têm formação universitária”. Sem esta premissa o argumento não seria válido. (Há entimemas que continuam a ser argumentos inválidos mesmo após a explicitação das premissas subentendidas, pois encerram outras incorrecções.)
No dia-a-dia os entimemas são muito frequentes. Habitualmente, o que leva alguém a não explicitar todas as premissas de um argumento é o facto de considerar que se trata de algo tão óbvio que seria monótono e inútil fazer essa explicitação. Quem está por dentro do contexto em que decorre a argumentação em causa normalmente percebe quais são as ideias subentendidas.
Contudo, o que para uma pessoa é óbvio nem sempre é óbvio para as outras. Como isso pode suscitar confusões e incompreensões
(nomeadamente na discussão de assuntos polémicos como sucede com a generalidade dos problemas filosóficos), é aconselhável explicitar as premissas implícitas. Essa explicitação torna os argumentos mais claros. Assim, “Descobrir as premissas implícitas das nossas ideias ou das ideias dos filósofos é uma parte importante do trabalho filosófico.” (Dicionário Escolar de Filosofia)
Exemplo de um entimema.
Há anos atrás eu e um amigo íamos a percorrer uma avenida de Lisboa (Av. Almirante Reis) quando vimos um homem a comprar um limão.
Disse imediatamente ao meu amigo, como se fosse uma enorme evidência: “Ele está a comprar um limão, logo é drogado”. Como o meu amigo duvidou da conclusão (achando que o facto de uma pessoa comprar um limão não é razão suficiente para concluirmos que é drogada), vi-me obrigado a explicitar as várias razões
(premissas) que não tinha formulado por as achar óbvias. Ei-las: