A segregação social tem sido um dos temas mais abordados pelos urbanistas nos últimos tempos e pode-se dizer que é algo cultural, herdada desde a época da escravidão, e mais tarde pela chegada dos imigrantes para que trabalhassem para os senhores que haviam perdido os seus escravos com a abolição da escravidão. Fica evidente a necessidade da classe de alto poder aquisitivo em dominar o espaço público, assim como, a população que o ocupa, um exemplo em que podemos visualizar esta situação de controle, é com a chegada da industrialização, quando o patrão cede a casa ao operário e à sua família pelo seu bom comportamento com relação à produção e submissão, sendo que a própria família acaba fazendo uma autovigilância para não perderem a casa. A industrialização trouxe consigo a população rural, que vinham às cidades em busca de uma melhoria de vida. Nesse momento, as cidades começam a crescer rapidamente, sem estrutura alguma para suportar esse inchaço urbano, composto especialmente pelos operários das fábricas. Homens, mulheres e crianças eram colocados amontoados em cortiços e vilas, em locais sem infraestrutura, conviviam uns com os outros sem privacidade e em condições lamentáveis. A jornada de trabalho nas indústrias eram de cerca de 14 horas e os salários vergonhosos, ou seja, as pessoas passaram a ter uma vida comandada pelo tempo do patrão, sem muito tempo para descanso e sem lugar descente para morar. Os patrões, no entanto, viviam em locais com infraestrutura, inseridos em locais privilegiados, considerados valorizados. Todos aqueles que habitavam as cidades foram inseridos num contexto onde o capital rege a vida dos cidadãos, havia uma necessidade de consumir e bem mais de produzir. As pessoas foram atraídas pelo progresso às cidades e o tempo passou a fazer parte de um novo cotidiano, agora não há mais qualidade de vida e a rotina do trabalho lhes é imposta. Há uma nova concepção de tempo, uma convenção estabelecida por homens. O tempo é contado no