Entendendo o desenvolvimento através de Melanie Klein

Nosso mundo adulto e suas raízes na infância

Para podermos ter um entendimento da vida social dos indivíduos, é necessário termos em mente que a compreensão da personalidade é o fundamento para tal, e para esta compreensão ser concretizada devemos explorar os estágios antecedentes, de modo que, possamos conhecer as tendências fundamentais da criança desde os primeiros meses de vida.

Durante os estágios iniciais do desenvolvimento, o bebê experimenta processos complexos relacionados a diferentes aspectos de sua vida, como por exemplo, o próprio processo do nascimento e o ajustamento à situação pós-natal, que representam uma ansiedade de natureza persecutória e indesejável para o bebê. E, dentro destes mesmos processos, verifica-se que a criança possui uma percepção inata, inconsciente, da existência da mãe, o que constitui a base da relação primaria desta com a mãe. A mãe, representa todo o mundo externo da criança, e portanto, recebe da criança sentimentos de ódio, frustração, angustias, ansiedade e também sentimentos de amor e gratificação.

Os sentimentos e as fantasias infantis deixa, por assim dizer, suas marcas na mente, marcas que ao invés de desaparecerem com o tempo, ficam armazenadas, permanecendo ativas e exercendo uma influencia continua e poderosa sobre a vida emocional e intelectual do individuo.

O impulso inato que o bebê tem de aprender a se relacionar e se expressar com o mundo provem dos contatos que este tem com o corpo da mãe, da proximidade com o seio desta que sugere para o bebê segurança, alimentação, abrigo, cuidado, proteção, amor, e carinho, quando satisfaz às necessidades destes.

Se a mãe explora e corresponde de maneira adequada a esses contatos, o bebê expressa suas ansiedades e fantasias de um modo não tão agressivo ou voraz. Esses contatos são movidos pela libido, que desde o começo da vida acha-se fundidos com a agressividade e é vitalmente afetado pela ansiedade proveniente da mesma.

Os contatos