Entendendo "Gunder Frank, o enguiço das ciências sociais"

Entendendo o texto “Gunder Frank, o enguiço das ciências sociais” de Gilberto Felisberto Vasconcellos em conjunto com trechos do livro “O que é Sociologia? da Coleção Primeiros Passos da Ed. Brasiliense.

A Revolução Francesa assim como as demais revoluções liberais implodiram a sociedade feudal e instauraram uma nova ordem social. O sistema capitalista se impôs e se afirmou como modo de produção dominante, estabelecendo a burguesia e o proletariado como classes básicas desta nova estrutura. A Revolução Francesa foi possível porque o Absolutismo monárquico francês constituía um regime de contradições, de rígidos limites feudais e crescente desenvolvimento do capitalismo. A burguesia então insatisfeita com sua condição político-jurídico, ainda componente do Terceiro Estado, apesar de sua crescente importância jurídica. Em razão dessa insatisfação se aliou aos camponeses, artesãos, trabalhadores, enfim, aos demais componentes do Terceiro Estado e fizeram a revolução, fundamentados, teoricamente, nas ideias iluministas. A Revolução Científica havia criado novas e perturbadoras ideias, vendo o homem como dotado de razão e capacidades. A burguesia pôde fazer a revolução porque sua riqueza sofreu grande incremento com a exploração econômica do Novo Mundo e do comércio com as “Índias”.
A Revolução Francesa se consolidou com a alta burguesia passando ao comando da nação. A alta burguesia logo disse a que veio. Tão logo assumiu o poder, sobrepujou o povo que lhe ajudara a fazer a revolução. O marco jurídico da assunção do poder foi a publicação do Código Civil Francês em 1804 que consagrou os princípios da liberdade individual e da igualdade perante a lei. A propriedade privada foi mantida e o trabalho assalariado não obteve proteçãoii. Os ideais da Revolução foram traídos. O capitalismo suporta somente a igualdade formal, “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.iii A burguesia, na defesa do capitalismo, forja novos ideais para justificar o