Entenda a crise no Cantareira
Sistema de represas em SP passa por seca recorde.
Governo pede economia e descarta racionamento.
Além da captação de água do volume morto desde maio, o governo do estado também começou, em março, a usar água dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para compensar a queda na produção do sistema Cantareira e tentar evitar o racionamento.
No início de julho, o comitê que acompanha a crise no Cantareira também decidiu que a Sabesp deveria fazer nova redução no volume de água retirada dos reservatórios. A companhia previa usar 20,9 metros cúbicos por segundo em julho, mas o GTAG recomendou à Agencia Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) que meta o uso de 19,7 metros cúbicos por segundo durante o mês. Depois disso a situação será reavaliada.
A Sabesp tem o direito de uso dos recursos hídricos do Sistema Cantareira após uma outorga concedida em 2004. No início de julho, a Agência Nacional de Águas prorrogou até 31 de outubro de 2015 a outorga concedida para a companhia, que venceria em agosto.
A Sabesp, empresa de capital misto que atua em serviços de água e esgoto em 364 das 645 cidades paulistas, tem o governo de SP como principal acionista.
O Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira também foi criado em fevereiro pela Agência Nacional de Águas e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) para estudar formas de lidar com a crise hídrica da região.
A profundidade da crise no Alto Tietê a partir de um cenário bem menos negativo do que o observado no Cantareira nos mostra o esgotamento de determinadas concepções de gestão, marcadas por uma leitura passivizante da cidadania, por uma compreensão privatizante da condução do patrimônio público, por uma práxis alienante, provinciana e eleitoreira do ponto de vista da relação entre administração pública e