Ensino superior privado
1 Introdução
O ano de 1996 ficou marcado pela profunda alteração na legislação educacional que provocou, entre outras coisas, o crescimento na oferta de vagas para o ensino superior, reduziu as barreiras de entrada e aumentou a competitividade no setor de educação superior. A nova realidade de mercado fez com que as instituições educacionais buscassem novos instrumentos no sentido de se posicionarem estrategicamente em meio às mudanças.
Esse modelo de expansão desembocou na intensificação da concorrência, com a conseqüente redução do valor cobrado pelas mensalidades. Essa redução não necessariamente esteve associada a uma estratégia de baixo custo, mas consistiu na única alternativa para captar mais alunos, face à similaridade dos cursos oferecidos. O resultado foi, segundo Gomes (2003), a queda das margens de lucro, não apenas em decorrência da redução do valor cobrado pelas mensalidades, mas também pelo aumento dos custos de captação de novos alunos.
Segundo Schwartzman (2003), o ensino superior vive um momento ímpar e paradoxal. A expansão da oferta é acompanhada da estagnação ou até da redução do alunado e do faturamento das instituições privadas.
Estudos mais recentes sobre o setor privado têm tratado de entender melhor as funções pedagógicas e educacionais que este setor desempenha, como parte de um sistema de educação superior de massas que está se formando, dentro do qual o modelo universitário tradicional não pode ser senão uma parte de um todo mais amplo. Poucos são os estudos , no entanto, sobre o ensino superior privado como um setor econômico.
Assim, no momento de profundas e significativas transformações no ambiente competitivo e na gestão das IES, o objetivo deste trabalho é entender a indústria da educação superior.
Além dessa introdução, na segunda seção será discutida a evolução das instituições de ensino superior privado. Na terceira seção, foi feita uma análise dessas