Ensino por ciclos
PRADO, Ricardo. A qualidade em cheque. Nova Escola, São Paulo, n. 160, p. 39-43, mar. 2003.
Os ciclos são acusados de ter piorado o ensino. Na verdade, serviram para expor o drama da repetência e mostrar que a escola não garante que todos aprendam.
Teoria. As propostas pedagógicas que organizam a escola em ciclos de desenvolvimento humano partem de duas premissas: cada fase de crescimento do aluno possui características próprias e cada criança tem um ritmo próprio de aprendizagem. A divisão mais usual é que o 1º ciclo seja referente à infância (6 a 9 anos), o 2º à pré-adolescência (9 a 11 anos) e o 3º à adolescência (12 a 14 anos). Alguns estados e municípios optaram por apenas dois grandes ciclos, partindo ao meio os oito anos do Ensino Fundamental. Outros separam a cada dois anos. Dentro de um ciclo não há repetência, justamente para respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem.
1954 - De cada 100 crianças brasileiras matriculadas na 1ª série, apenas 16 concluem as quatro primeiras séries em quatro anos. O país tem os índices de retenção mais elevados da América Latina: 57,4% na passagem da 1a para a 2a série. A UNESCO mostra que uma taxa de reprovação de 30% acarreta um acréscimo de 43% nos custos do sistema educacional.
1957 – Anísio Teixeira afirma: "As inteligências que se ajustam ao ensino formal são as do tipo médio,excessivamente plástico e passivo. Os verdadeiramente capazes são desencorajados". Como solução ele propõe "suspender-se o regime de reprovações".
1958 - No Rio Grande do Sul vigora uma modalidade de progressão continuada, criando classes de recuperação. Os alunos que avançam bem voltam às turmas de origem. Os outros podem continuar a escolarização no próprio ritmo.
1962 - Lauro de Oliveira Lima afirma: "Queiramos ou não, a reprovação é sinal de ineficiência do sistema escolar e de incapacidade do Magistério, salvo se estivermos nos limites da anormalidade".
1968 - Pernambuco organiza o