Ensino. leitura. propostas da língua portuguesa
Concepção. Ensino. Leitura. Propostas da língua portuguesa
Problematização:
O educador deve indagar-se: Quem são os alunos da Educação de Jovens e Adultos? Para que serve o ensino de língua portuguesa? Diante disso, considera-se que, em resposta a primeira indagação, se perceba que, a modalidade é composta por um alunado misto, cujo perfil distingue-se em relação à idade, expectativas e comportamento. Trata-se de um jovem ou de um adulto que historicamente sofreu a exclusão, seja ela pela possibilidade de acesso à escolarização, ou pela isenção da educação regular ou mesmo por ter que trabalhar. Em relação à segunda indagação, o ensino de Língua Portuguesa serve para que cada jovem ou adulto consiga ler diferentes gêneros textuais presentes em variadas práticas sociais.
Delimitação do tema: Retomando nossa discussão inicial referente às concepções de língua(gem) para o ensino de leitura na EJA, temos do ponto de vista linguístico três tendências teóricas que contribuem para a postura teórica de educação, sob o enfoque de Travaglia (2001), Ilari (1992) e Geraldi (1997): expressão do pensamento, instrumento de comunicação e interação.
Segundo Geraldi (1997), a língua é vista como expressão do pensamento quando concebemos que, “pessoas que não conseguem se expressar não pensam”, logo, se eu falo pressupõe que eu penso e quando eu não falo logo não penso. Nessa concepção, a língua é entendida como homogênea (comum a todos os falantes) e única, “a palavra língua assume o sentido técnico de ‘conjunto de sequências de expressões que um falante ideal aceitaria como bem formadas” (Ilari, 1992). Isto retoma ao ensino da gramática normativa, por conseguinte mistura o ensino de língua ao ensino de gramática normativa. Este fator é concomitante com a desvalorização da cultura do aluno, sendo assim o comportamento do aluno de EJA depende em grande parte da cultura, já que esse público é heterogêneo, esta concepção deixa de ser viável no ensino de leitura.