Ensino de Historia
GUILHERME LEITE DA SILVA DIAS de um novo combustível líquido dentro da matriz energética enfrenta sempre uma rede de distribuição já instalada com custo de logística muito inferior à alternativa de construir uma rede própria nova.
O preço a ser pago para entrar é menor quando se faz um acordo de adesão ao sistema preexistente. Nesse sentido, sua remuneração ficará subordinada aos interesses hegemônicos estabelecidos.
A introdução do álcool carburante passou por esse processo, reforçado na época pelo fato de que a Petrobras detinha o monopólio legal. Houve uma reação negativa em relação à difusão das minidestilarias e uma consolidação em torno do álcool anidro com uma maior proporção de mistura na gasolina e da obrigatoriedade de comercializar o hidratado dentro do sistema logístico único de distribuição de combustíveis. Somente agora, trinta anos depois, com a inovação tecnológica do motor Otto flexível, existe uma possibilidade de o preço do álcool ficar livre do monopólio, fora de um sistema de venda com preços casados, no qual cada usina produtora pode escolher a distribuidora de combustível de sua preferência.
O monopólio de fato ainda existe porque a economia de escala presente na rede logística e a existência de dutos e terminais portuários exclusivos da
Petrobras sustentam a sua vantagem competitiva (Figueiredo, 2005). A agência reguladora – Agência Nacional do Petróleo (ANP) – reconhece também uma vantagem estratégica de manter o monopólio que, até agora, mantém um pesado volume de investimentos na prospecção de petróleo; desenvolveu conhecimentos tecnológicos sofisticados para a exploração em águas profundas; e, considerando as restrições de infraestrutura do país, montou uma rede logística para garantir a distribuição de combustíveis em todo o território nacional.
A questão que se coloca agora é se o biodiesel, como mais uma alternativa aos combustíveis fósseis, deve ser introduzido por dentro do monopólio ou