Ensino da literatura
Começam as aulas: e com elas se iniciam os problemas sem solução que perseguem o professores do Ensino Médio. Cabe um problema que se refere ao nosso trabalho especificadamente. Em detrimento da criação literária.
Nosso plano de estudos secundários é sempre muito simples: dois anos de estudo da língua espanhola, desde suas origens (Mio Cid) até o século 20, com uma breve passagem pelas letras hispano-americanas e algum autor uruguaio; quarto ano, a literatura universal de Homero a Tolstoi (trinta séculos de civilização em oito autores obrigatórios) com nova incursão pelo Uruguai (Rodó). De forma ordenada, os dois anos de Escola Preparatória perfazem esta totalidade: no primeiro, de Homero aos barrocos; no segundo, dos iluministas à contemporaneidade. A literatura uruguaia oferece, ao acaso, essa grande massa de obras-mestras e nunca é estudada a partir de um desenvolvimento progressivo, como uma busca por formas e expressões como uma interpretação do fenômeno histórico de um provo em determinadas circunstâncias, ou seja, nunca é vista como literatura.
Dezenas de professores insistem em que a integração espiritual do país não está fundamentada exclusivamente no trabalho da escola, mas que abrange também o processo educativo do segundo ciclo docente.
Na literatura são vários aspectos de nossa vida que seriam os implicados por uma medida desta índole. Atualmente, o maior problema das letras uruguaias é manter vivo e ampliar o contato entre escritor e público.
Que os milhares de jovens que passam pelo quarto ano do segundo grau possam descobrir a existência do país.
Considerando que seja obrigação de todo escritor atual difundir os escritores do passado, essa obrigação.
Podemos agregar outros aspectos menores a eles dedicados e a necessidade de aprofundamento no conhecimento de nossas letras por parte dos professores e estudiosos.
Três Discursos:
Literário, Linguístico, “Imaginário