ENSINANDO A LER ENQUANTO SE LE
Kátia Lomba Bräkling1
Considerando os pressupostos teóricos que hoje orientam o trabalho com a linguagem, podemos afirmar que não é qualquer tipo de atividade que se presta ao trabalho com qualquer conteúdo. Ao contrário, a elaboração e o desenvolvimento das atividades de ensino precisa considerar as características específicas de cada conteúdo, de cada aspecto que será trabalhado.
Nessa perspectiva, é de fundamental importância analisarmos que tipos de atividades – ou que modalidades didáticas – podem ser consideradas como mais adequadas para o trabalho com as habilidades de leitura focalizadas no SAEB e na Prova Brasil. Afinal, o que se busca avaliar no SAEB e na Prova Brasil é em que nível de proficiência o aluno está, e é na sala de aula que essas proficiências deverão ser desenvolvidas e ampliadas.
A esse respeito, precisamos considerar que há, fundamentalmente, dois tipos de trabalhos a serem feitos: aquele voltado para tematizar as habilidades de leitura enquanto se realiza a leitura, propriamente; e o trabalho que focalizará as habilidades de leitura mobilizadas pelo leitor quando leu. O primeiro tem como objetivo, portanto, tematizar o processo de significação; o segundo, o produto do processo de significação. O primeiro visa a ensinar a ler, ensinar a buscar pistas para reconstruir os sentidos do texto. O segundo busca analisar o que já se sabe fazer para atribuir significados ao material de leitura.
É muito comum, quando perguntamos que atitude é mais adequada para se tomar quando um aluno não compreendeu um texto, ouvirmos como resposta que a melhor orientação a ser dada é para que o aluno realize nova leitura, mais cuidadosa, que isso possibilitará a compreensão. E aí nos deparamos com os alunos lendo, reiteradas vezes um mesmo texto e, ao final desse exaustivo exercício, a constatação é a mesma: não foi possível compreender o que se leu.
Nesse momento, são inevitáveis atitudes de desânimo com