ensinamentos de Jesus e cidadania.
A lei
No Pentateuco, ou os chamados Cinco Livros da Lei de Moisés, se percebe claramente o caráter social da ética dos hebreus. Nos cinco livros, há exemplos claros de que o critério hebreu para o convívio humano se pauta pelo reconhecimento de direitos que eram reportados como Lei de Deus. O Código Mosaico (de Moisés) parte do pressuposto de que a Vontade de Deus é soberana e norteia toda a ação e o convívio humano. E sua maior preocupação é sempre com os que correm o risco maior de exclusão: o pobre, o órfão, a viuva, o leproso, o estrangeiro, o endividado e regula o uso e a distribuição da terra e dos alimentos, prevê o sustento dos pobres, define os poderes das autoridades, estabelece padrões reguladores para a vida econômica, e estabelece também as penas para aqueles que não cumprem a lei ou que abusam do poder.
Mas é, sem dúvida, na Tradição Profética do Antigo Testamento que vamos encontrar referências para as ações em defesa da dignidade humana, sua liberdade e seu direito à vida em plenitude e abundância. A Tradição Profética surge na contramão do poder estabelecido em Israel e Judá. Os profetas, fossem simples como Amós, ou homens da própria corte como Isaias, representavam a oposição consciente ao discurso e, especialmente, aos atos do poder despótico daqueles que reinavam sobre o povo em Israel e em Judá .
Os profetas falam conscientes de que são chamados e enviados por Deus para denunciar toda opressão e anunciar o Reinado de Deus, e exercem essa vocação a partir da Autoridade Divina. Denunciam a falácia do poder dos Reis, que deveria estar a serviço do povo, mas serve apenas aos interesses da corte que tem, no Templo, seu maior aliado.