ensaios
SCHMITT, J-C. O corpo das imagens. Ensaios sobre a cultura visual na Idade Média. Tradução de José Rivair Macedo.
Bauru/SP: Edusc, 2007, 382p.
Diogo da Silva Roiz
Doutorando em História
Universidade Federal do Paraná
● Enviado em: 06/08/2011
● Aprovado em: 16/04/2012
A Idade Média foi o momento de desenvolvimento da produção das imagens no Ocidente cristão. As imagens serviam para representar os homens e a Deus, assim como ensinar aos homens a respeitarem a Deus. As imagens, mais rapidamente que as palavras, serviam também para ensinarem aos homens e as mulheres do período o que eram e o que diziam as escrituras sagradas.
Mais que isso, elas antecipavam para as pessoas o que representava o pecado e a salvação, o que era o céu e o inferno, como era a ira divina e as dádivas do senhor. Em todas essas situações, para JeanClaude Schmitt1, compreender a cultura visual e a produção de imagens na arte medieval, além de nos proporcionar um caminho para redescobrir quais os caminhos que as imagens fizeram no mundo ocidental e quais os significados que tiveram para os indivíduos, de que maneira a sociedade contemporânea, saturada de imagens, fez usos e abusos dos meios e dos significados que as imagens tiveram na Idade Média.
Numa versão muito bem traduzida por José Rivair de Macedo2, o texto nos proporciona uma lúcida viagem pela Idade Média, demonstrando como as imagens ganharam corpo, ao fazerem uma representação do mundo e dos homens, visto que a “imagem medieval pode [...] ser comparada a uma aparição, uma epifania, portando as marcas desta” (p. 14); e também incutirem neles certas ideias, de cunho ideológico, por que forjadas com vistas à produção de um tipo de dominação, e ainda como aquele período pode nos proporcionar um rico caminho para entendermos a nossa própria sociedade.
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Medievalista francês, especialista em história cultural, nas