Ensaio sobre O Sentido da Colonização Caio Prado Jr.
As obras de Prado Junior inauguram no Brasil uma compreensão socioeconômica, política e cultural, voltada ao método de Marx, ou seja, Caio Prado foi pioneiro na aplicação do materialismo histórico dialético à realidade brasileira.
No capitulo denominado “O sentido da colonização”, o autor afirma que para compreender o Brasil contemporâneo, é preciso voltar à formação colonial. Para isso o autor parte do inicio do século XIX, uma vez que considera o período como a “síntese” da época colonial, pois é o momento em que a obra colonizadora encerra-se após três séculos de formação colonial, o país começava a buscar novos rumos.
A proposta de Caio Prado é olhar para o passado para entender nosso “sentido”. Para tal compreensão é necessário um olhar mais amplo, ou seja, considerar que a colonização do Brasil é apenas um episódio dentro do contexto complexo que foi a expansão marítima européia.
No século XIV decorrente a uma revolução na arte de navegar, a necessidade de criar novas rotas de comércio que substituíssem as rotas terrestres e a navegação costeira de cabotagem. A principal motivação para as grandes navegações européias era a necessidade de quebrar o monopólio centralizado para expandir o comércio. Está transformação revolucionou todo o equilíbrio europeu, pois deslocou a primazia comercial, que antes se localizava apenas nos territórios centrais do continente, e expandiram para os países que formam a fachada oceânica. Com esse novo equilíbrio foi possível estabelecer um novo sistema de relações internas do continente, e como conseqüência, a expansão européia ultramarina.
Portugal foi pioneiro entre os europeus na expansão marítima, pois se tornou uma monarquia unificada precocemente. Alem disso Portugal dominava