Ensaio sobre o menino grapiúna
CENTRO DE EDUCAÇÃO – CED
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LITERATURA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA –TURMA 15
DISCIPLINA: PRÁTICA DE ANÁLISE DO TEXTO LITERÁRIO
PROFESSOR: SOLANGE KATE ARAÚJO VIEIRA - Ms
ENSAIO SOBRE O LIVRO O MENINO GRAPIÚNA,
DE JORGE AMADO
Maria Celly Furtado Carneiro
FORTALEZA/ 2012
Através da leitura de O Menino Grapiúna, de Jorge Amado, podemos perceber uma forte marca autobiográfica, deixando o leitor com a sensação de mistura entre lembranças e imaginação por parte do autor-narrador. Em muitas passagens do livro, as lembranças do menino se confundem com a do autor:
“De tanto ouvir minha mãe contar, a cena se tornou viva e real como se houvesse guardado memória do acontecido: a égua tombando morta, meu pai, lavado em sangue, erguendo-me do chão. Eu tinha dez meses de idade[...]” (p.5)
“Eu nascera em agosto de 1912 [...]” (p.7)
“A enchente do rio Cachoeira, nos começos de 1914, levou plantações [...]” (p. 13)
Jorge Amado relembra também lugares por onde passou:
“Desbravador de terras, meu pai erguera casa mais além de Ferradas, povoado do jovem município de Itabuna.”(p. 5)
‘Não vai demorar a volta do menino à casa de fazenda, não mais em Ferradas; agora será em Tararanga, para as bandas de Sequeiro do Espinho onde,[...] nascia o povoado que se chamou Pirangi, hoje cidade de Itajuípe.[...]” (p.27)
“Alguns verbetes em dicionários e enciclopédias, certas notícias bibliográficas, fazem-me nascido em Pirangi. Em verdade, sucedeu o contrário: vi Pirangi nascer e crescer.[...]” (p.33)
O autor, típico nordestino, aborda em seu livro vários temas ligados à realidade da região Nordeste, sobretudo da Bahia:
- Coronelismo, luta por poder e terras:
“Desbravador de terras[...] Na época das grandes lutas. A luta pela posse das matas, terra de ninguém, se alastrava nas tocaias, nas trincas políticas[...]” (p.5)
‘A tropa armada partiu, certamente um pequeno grupo de homens, parecia-me um exército.[...]