ensaio sobre a cegueira
Após algum tempo, ele adormeceu e a esposa chegou. Inicialmente brigou com o marido pelo o vaso que quebrara, mas depois de ouvir que estava ele cego, chorou e buscou um oftalmologista.
Quando os dois foram à procura do carro para irem ao médico não o encontraram, o moço que o ajudou roubara o carro, tomaram um táxi e seguiram. Ao chegar lá, já sabendo o que acontecera ao homem pela narração da esposa ao telefone, passou-os na frente dos outros pacientes. Esses, um velho com uma venda em um dos olhos, uma moça com óculos escuros, um rapazinho estrábico acompanhado da mãe, reclamaram, mas logo pararam. O doutor ouviu a narração do caso, o homem cegara de repente, via tudo branco, nunca usara óculos e não tinha na família casos de cegueira. Fizeram todos os exames possíveis e nada foi apontado.
O médico receitou outros exames e depois foi ao socorro dos outros pacientes. Já em casa contou à mulher sobre o caso, ligou para um amigo e combinaram de se encontrar para avaliar o cego. Ficou a estudar pela noite e foi aí que cegou também. E nos lugares onde estavam mais tarde ou mais cedo todos os pacientes daquele dia também cegaram. O médico adormeceu e no dia seguinte tentou avisar ao ministério essa cegueira epidêmica, mas não conseguiu, ligou então ao chefe do hospital e ele se encarregou de avisá-lo.
Pouco passou e o médico recebeu um telefonema. Viriam buscá-lo. A mulher dele correu para arrumar uma mala para os dois. Quando a ambulância chegou, não quiseram levá-la, mas ela mentiu dizendo que acabara de cegar, assim levaram-nos.
Um manicômio, esse foi o local escolhido pelo governo para isolar os cegos e todos