As raízes da alta cultura podem ser facilmente encontradas no iluminismo, este movimento propôs o universalismo, que seria um ideal onde se deve buscar e valorizar tudo o que é universalmente humano, e onde reina a razão. Falamos então de uma cultura iluminista, que a principio, portava a nomenclatura de civilização – projeto iluminista de emancipação total e racional da humanidade. O termo cultura, de origem germânica, indicava características ancestrais de um grupo específico, valorização da espiritualidade de uma pessoa com relação ao seu grupo, é mais particularista do que a idéia de civilização. Este termo reflete o refinamento de um individuo ou pequeno grupo social. Enquanto o termo cultura ressaltava o ancestral, o espiritual e o particular. Civilização ressaltava o futuro, o racional e o generalista. O fato é que a palavra cultura acabou por ser usada para designar tanto a visão de civilização Francesa quanto a de cultura Germânica. Cultura não pode ser entendida como apenas um conjunto de praticas concretas e visíveis, as praticas estão subordinadas a um ideal futurístico, portanto mais do que atos prontos, cultura é uma busca, lapidação e construção de algum projeto. Mesmo a valorização da ancestralidade, é uma concepção ideal, onde os elementos do passado são romanizados, e tidos como perfeitos, estes são projetados como meta futurística a se seguir. Portanto toda idéia de cultura, é um conjunto de praticas tributárias de um ideal a ser seguido. O caminho do termo cultura, foi a de se manter os dois sentidos, onde de maneira simples, podemos conceber o ancestralismo como sendo característicos de sociedades tradicionais, e o futurismo racional como sendo característico de alta cultura. Portanto as sociedades modernas projetam a idéia de que devem levar este racionalismo universalista para as sociedades tradicionais, tidas como menos desenvolvidas e inferiores. Apesar de atualmente a alta cultura manter esse caráter universalista, podemos