Ensaio comparativo dos filmes a missão e a república guarani
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: RELIGIOSIDADES NA COLÔNIA
PROFESSORA: ROSSANA BRITTO
ALUNO: LUIZ DE SOUZA PORTO COÊLHO
ENSAIO COMPARATIVO DOS FILMES A MISSÃO E A REPÚBLICA GUARANI
A figura do padre membro da Companhia de Jesus é colocada em destaque tanto no filme A República Guarani, quanto no filme A missão. No filme de Sílvio Back, o jesuíta aparece como sujeito que modifica o espaço e o tempo dos indígenas. Essa modificação é defendida por alguns especialistas como elemento necessário para a urbanização e desenvolvimento das reduções.
Essa idéia é ratificada pela Thaís Colaço, que define o “reducionismo” jesuítico como exatamente uma redução do conglomerado de nativos que tinha por objetivo facilitar a evangelização, organização, “civilização” e catequização das comunidades nativas. Com os índios aglomerados em “aldeamentos” ou “reduções”, os jesuítas teriam mais facilidade para controlar os nativos que estavam sob sua tutela.
A sedentarização e o contato diário com os missionários facilitava o processo de conversão e a evangelização, além de urbanizá-los. Nesse sentido, a Companhia atuou como um eficiente veículo de divulgação da cultura cristã ocidental.
Mas, por outro lado, outros especialistas defendem a idéia de que essa modificação agride fortemente a cultura nativa, criando uma situação de submissão do nativo em relação ao jesuíta.
De fato, era importante para a Companhia manter as reduções sob sua tutela e domínio. Dessa forma, os jesuítas conseguiriam garantir a submissão dos índios não só à Igreja, mas também à Coroa. Nesse sentido, realmente as reduções serviram como um aparelho de dominação. Um instrumento que intermediava a relação das populações nativas com os Governos ibéricos.
No filme de Roland Joffé, a imagem do jesuíta é enaltecida, evidenciando a dimensão missionário-religiosa do projeto da Companhia de Jesus.
Sérgio Buarque de Hollanda em