Enredo do livro o guarani
A narrativa começa com o fidalgo D. Antôniode de Mariz que ergueu uma pequena fortaleza na Serra dos Orgãos, às margens do Paquequer, afluente do Paraíba. Alencar descreve a construção como “ um castelo feudal da Idade Média”.
A casa forte abrigava nobres portugueses patriotas, a exemplo do armeiro Aires Gomes, e um punhado de mercenários, como Loredano, ex-padre que havia assassinado um homem desarmado para levar um mapa das minas de prata. Ele planejava secretamente matar a todos e raptar a bela Cecília, filha de D. Antônio. O problema é que um índio forte e corajoso, Peri, não saia de perto. Ele já havia salvo a dama de uma avalanche de pedras. Essa foi apenas uma das peripécias de Peri, dignas de um super-heroi de quadrinhos. O índio faz coisas que seriam impossíveis para uma pessoa normal. Por isso, recebeu a gratidão de D. Antônio e o afeto da moça, que o considerava um irmão.
Na narrativa de Alencar, o índio tem capacidades físicas sobre-humanas. O mito do “bom selvagem” também permite a recriação da figura do guerreiro índio como uma fonte das virtudes básicas da alma humana. Um ser sempre capaz de surpreender os nobres portugueses: “onde é que este selvagem sem cultura aprendeu a poesia simples, mas graciosa; onde bebeu a delicadeza de sensibilidade que dificilmente se encontra num coração gasto pelo atrito da sociedade?”.
Já Ceci era uma representante perfeita da mulher-anjo dos Românticos. Loira, de olhos azuis, a moça irradiava tanta beleza e candura que chegava a parecer uma santa, como escreve Alencar: “A imagem graciosa de Cecília apareceu cercada de auréola”. O autor não cansa de desfilar adjetivos redundantes como inocente, casta, pura e virgem. “vendo aquela menina loura, tão graciosa e gentil, o pensamento eleva-se naturalmente ao céu, despia-se do invólucro material e lembrava-se dos anjinhos de Deus”.
A inevitável querra começou quando Diogo, filho de D. Antônio, matou uma indiazinha aimoré, sem querer, numa