Enredo de A missa do galo

Enredo

O conto apresenta um enredo intrigante, que não determina o que realmente acontece, apenas nos incentiva a imaginarmos o que se passou. E logo na primeira frase o narrador demonstra a sua perspectiva quanto ao que ocorre durante a narrativa: subjetivismo e dúvidas. Tudo começa quando ele, Nogueira, põe-se a esperar um vizinho até de madrugada para participar da Missa do Galo, que ocorre numa noite de Natal. Neste tempo em que se encontra sozinho, na sala de Meneses, caracterizada pelo mesmo como assombrada, Dona Conceição aparece e senta-se em sua frente. Ela, considerada por ele uma mulher muito boa, por ser passiva a tudo, principalmente à traição do marido, resolve-lhe fazer companhia e começa a conversar. Quando ele lhe pergunta se a acordou, ela diz que não, que acordara sozinha. No entanto em sua mente o narrador contesta “Os olhos não eram de pessoa que acabasse de dormir; pareciam não ter ainda pegado no sono.” É neste ponto que a complicação é iniciada. Por que essa mulher não havia dormido? E ainda mais, por que resolvera fazer companhia ao rapaz? É assim, com pequenas objeções, que Machado mostra o seu lado realista: colocando o leitor em dúvida em relação à personagem. O narrador prossegue descrevendo o comportamento da mulher: olhos fixos, ora semicerrados ora abertos, concentrada e algumas vezes molhando os lábios com a língua. Entretanto, quando Nogueira diz-lhe que não está velha, como ela se caracteriza anteriormente, sua atitude muda completamente, alterando também o ponto de vista do jovem. A partir daí começa o clímax, quando outra face de Dona Conceição é revelada. Ela se agita e começa a andar de um lado a outro, com um “balanço no andar, como quem lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela noite”. A mulher cuja bondade lhe fazia ser chamada de santa parece mais bela, mais sedutora e insinuante. Durante o restante do tempo, a mulher fica próxima ao jovem, face a face, com os