enigma da religiao
O autor cita, em seu texto, a religião, suas fases, sua definição, o espaço ocupado pela religião diante do progressivo avanço da tecnologia e sua ideia contrária aos dogmas científicos. Uma análise de suma importância, uma vez que apesar das inúmeras reviravoltas ideológicas, ainda hoje a religião continua presente na vida dos cidadãos, demonstrando sua influência e servindo, a cima de tudo, como meio estimulador de esperanças, dotada de uma fé inexplicável que acaba tornando o mundo um local mais feliz de se viver.
O questionamento principal do autor gira em torno da pergunta “O que é religião?”. Seria a religião um instrumento facilitador da vida? Ou como pregavam os cientistas, ela veio como uma psicose a ser vencida, um trauma?
1. Do paraíso ao deserto
A religião é retratada de diferentes formas, ao longo do texto, por Rubem Alves. Primeiramente, após realizar uma análise da realidade humana, tona-se perceptível que a religião pode ser vista: “A religião é a memória de uma unidade perdida e a nostalgia por um futuro de reconciliação. Por isto a religião pressupõe sempre, sob as camadas superficiais de felicidade e a paz que ela proclama, um eu irreconciliado com o seu destino”. Para o autor, o paraíso é o interior em que nasceu. Lá, ele considerava os amigos e a família como “outros relevantes”, mas chegando ao deserto, cidade grande, surgem as “anomias”, (perda de identidade e falta de objetivos, provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social) fazendo com que esses “outros relevantes” permaneçam como “outros”, e não mais como relevantes. O homem, então, como um ser dotado de esperança, quando sai de sua zona de conforto, do paraíso na qual tudo e todos pareciam estar a favor de seus ideais, passando a viver na realidade “desértica” , no qual as incertezas e predominam, faz com que sua consciência não consiga aguentar por muito tempo e transite do real para o