Eni orlandi
Podemos perceber que no texto a autora deixa claro que enquanto o poder, através da censura, se utiliza das palavras, em todos os sentidos: escritas, faladas, nas mídias televisivas e radiofônicas para fazer calar as classes dominadas, fenômeno que ela chama do silencio do oprimido, uma forma de oposição ao poder que outrora assumira ditatorialmente o Brasil, uma forma de oposição ao poder, ao status quo, ora vigente. Este silêncio imposto se utilizou de alguns subterfúgios para se comunicar, como o uso de segundos sentidos, frases inacabadas e excluídas de jornais ou substituídas por receita culinária ou Camões, diziam, com a ausência de palavras, sem correr o risco da repressão institucionalizada pelo estado ditatorial sedenta para se manter no poder, para isso Orlandi (e ela é operadora das palavras falando do silêncio!) utilizou a análise de jornais e de letras de músicas da MPB. Inicialmente define e analisa o silêncio apresentando-lhes os sentidos e o seu significado, tornando-o um objeto de reflexão em um mundo dominado pela linguagem. O silêncio é disperso e contínuo e é essa continuidade que faz o indivíduo percorrer as significações, e se mover nos sentidos, muitas vezes se cala para se comunicar, fundamentando o movimento da interpretação, mesmo não falando estamos pensando, analisando, refletindo e idealizando o que nos cerca, e isso ninguém pode nos tirar para, posteriormente, se utilizar do resultado deste self no momento adequado. Ao analisar os dias de hoje, nosso contexto histórico e social, o silêncio está numa posição subalterna, pois há uma ideologia da comunicação de diversas fontes, muita das quais de péssimo gosto e vazio de conteúdo e que erroneamente se lhe atribuí um papel de interlocutor das classes dominadas, oprimidas, como por exemplo,