Engenharia militar portuguesa nas colónias
A Engenharia militar portuguesa teve papel de relevo durante toda a guerra. No início, em qualquer dos três teatros, foi necessário abrir itinerários nas zonas de operações para as unidades de combate alcançarem as suas posições e, depois, apoiar a construção de aquartelamentos para elas se instalarem, tarefas essas que serão as suas principais actividades.
Com o decorrer dos anos, será também chamada a realizar obras de vulto na edificação de infra-estruturas de comando e de apoio logístico às tropas, desenrolando-se a sua acção tanto nos aglomerados populacionais que se transformaram nos centros vitais da guerra, com a construção e adaptação de instalações para quartéis-generais, oficinas, hospitais, complexos habitacionais, de armazenagem e outros, como nas zonas de operações, com a preparação de estradas, pontes, pistas de aviação e aquartelamentos.
Estas duas tarefas principais deram origem a dois tipos de unidades que, no início, foram claramente individualizadas até na sua designação: as unidades de sapadores, viradas para o apoio às operações, e as unidades de construções, organizadas para os trabalhos em infra-estruturas.
Esta separação seria, mais tarde, a partir de 1964, fundida sobre a genérica designação de «unidades de engenharia», e daí, na lista de mobilizadas, surgirem nos primeiros anos companhias de sapadores e de construções e, mais tarde, apenas companhias de Engenharia.
Aspecto interessante no tipo de unidades de Engenharia empenhadas na guerra é o dos dois destacamentos de caminhos de ferro, que tiveram a missão de patrulhar a linha de Malanje, e das duas secções de lança-chamas, também enviadas para Angola nos primeiros anos.
As missões gerais da engenharia militar portuguesa foram as seguintes:
- Construção e reparação de itinerários, obras de arte e fortificações;
- Construção de aquartelamentos permanentes e semi-permanentes, incluindo as redes de água, electricidade e esgotos;