engenharia mecanica
sab, 16/03/2013 - 15:09
Um caso Gödel, Einstein, Heisenberg e os engenheiros
Por José Roberto Castilho Piqueira
Em 1965 eu cursava a terceira série ginasial, depois rebatizada como sétima série do Ensino Fundamental e, atualmente, como oitavo ano. Tomar o ônibus para sair do meu delicioso bairro e ir para a região nobre assistir aulas desinteressantes soava como condenação para meus 12 anos.
Em abril, o professor Edmir Jonas Braga começou a ensinar a geometria euclidiana com uma maestria admirável. Aproveitou para mostrar-nos como ela, de fato, funcionava: conceitos primitivos, postulados, teoremas e demonstrações.
As aulas eram no período da tarde e minhas manhãs futebolísticas passaram a ser completadas com meditações solitárias na arquibancada de madeira do velho estádio. Lá, fui descobrindo os segredos da lógica.
Atravessar a cidade no ônibus cheio tornou-se uma perspectiva agradável nos dias em que havia matemática. Nessa época, percebi que talvez tivesse gosto e aptidão para as ciências exatas. Como todo jovem dos tempos da corrida espacial, pensei em ser engenheiro.
Veio o Científico (depois convertido em Colegial e, hoje, nomeado Ensino Médio), em que no primeiro ano a gente escolhia entre desenho (engenharia) e biologia (medicina). Os futuros advogados iam para o Clássico; os que sonhavam com o magistério, para o Normal.
O professor Edmir deu aulas nos três anos. Ensinou-nos trigonometria, polinômios, equações algébricas, números complexos, geometria espacial e um pouco de cálculo diferencial e integral. É assim que um jovem de exatas começa a ver seu futuro. Tudo parece seguir equações e regras lógicas. O encanto pela resolução dos problemas, para quem passa por essa experiência, é indescritível.
Entretanto, ninguém conta que os problemas que estamos resolvendo já foram resolvidos. Estamos treinando para as próximas fases da formação, em